terça-feira, 15 de junho de 2010

Os limites da reprodução de cor na impressão digital

Todo cliente de produtos gráficos, sejam eles profissionais da área ou leigos, tem uma expectativa em relação ao trabalho contratado. É muito comum que o cliente fique decepcionado com a reprodução de cor conseguida por uma gráfica quando ele não tem muitos conhecimentos sobre como a transformação de cores entre a tela de seu computador e a impressora é feita. No caso dos profissionais também existe muita desinformação, sendo comum a crença de que a indicação de uma cor como sendo da tabela Pantone resolve tudo.

Nesse artigo vamos discutir um pouco as possibilidade de reprodução de cor pelo sistemaCMYK, utilizado na impressão de papéis tanto em offset quanto na impressão digital.
Claudia McCue em seu livro sobre produção gráfica nos dá uma simples e exata explicação do problema: "Mesmo que possamos produzir uma extensão muito grande de cores com combinações de azul (Ciano), vermelho (Magenta), amarelo (Yellow) e preto (blacK), o que caracteriza a impressão CMYK , existe um limite para esse tipo de reprodução de cor."


A autora continua: "O olho humano pode captar uma enorme quantidade de cores. Essa quantidade é muito maior do que qualquer monitor de computador pode reproduzir. A quantidade total de cores que podem ser produzidas com tintas é consideravelmente menor do que o olho humano pode ver, ou mesmo do que um monitor pode mostrar."
Consequentemente, imagens que são vibrantes e vivas na tela de seu monitor podem ser ficar mortas e apagadas quando impressas. Isso não ocorre porquê a sua gráfica é incompetente mas sim pelas limitações de espectro de cores produzidas por tintas.

A imagem abaixo mostra graficamente as possibilidades de captação e reprodução de cor.

A forma maior (externa) é uma aproximação das possibilidades de captação de cor pelo olho humano. A linha triangular sólida corresponde às cores que podem ser representadas pelo sistema RGB de um monitor de computador. A forma muito menor, interna, delimitada por uma linha pontilhada, é a possibilidade de reprodução de cores por tintas no sistema CMYK.
Perceba como, com essa restrição, o processo CMYK não cabe inteiramente na faixa de reprodução RGB, ou seja, existem cores reproduzidas por um monitor não podem ser impressas com essas tintas. Algumas cores, notadamente os amarelos brilhantes e tons de azul, caem foram da área que pode ser exibida corretamente em um monitor.

A correção de cores em computadores, mesmo que bem ajustada, tem suas limitações. E o que fazer?
Bem, do ponto de vista do profissional é preciso que escolhas de cor sejam feitas pensando nos meios em que essas cores serão reproduzidas. Por exemplo, designers envolvidos no desenvolvimento de comunicação visual para web sites devem prever a utilização ou não desses trabalhos em outros meios que os não eletrônicos. Uma cor que funciona muito bem em um site pode não ficar bem quando reproduzida em material gráfico, caso de folders ou banners.

Formas de impressão utilizando cores especiais podem também ser escolhidas, no entanto a produção encarece em muito e gráficas que oferecem este tipo de serviço não são facilmente encontradas.

O cliente leigo precisa também ser alertado pois ele tende a achar que as cores vistas na tela de seu computador são as mesmas que serão impressas. No caso da impressão Fine Art esse é um imperativo. Mesmo utilizando até 12 cores na impressão desse tipo, o que aumenta em muito o "gamut" possível de cores, ainda assim os limites de reprodução são grandes.
O bom senso e a informação continuam sendo as melhores opções na avaliação das possibilidades de reprodução de cor nos processos gráficos.

Fontes: "Real World Print Production With The Adobe Creativ Suite" (em Ingles). Autor Claudia McCue. 2009, PEACHPIT PRESS.


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Comprando, lendo e publicando livros eletrônicos

Se você é um leitor compulsivo já deve ter ouvido falar do e-book ou livro eletrônico. Uma miríade de novos sistemas de distribuição e leitura de texto sem o suporte de mídia impressa tem surgido. No entanto duas plataformas são as mais comentadas atualmente: O Kindle, da Amazon.com, e o novo iPad (com a iBook Store), da Apple. Esses equipamentos já foram discutidos aqui mas ficou uma dúvida: como nós, brasileiros, podemos ler ou publicar textos nessas plataformas?
Desses dois sistemas o Kindle é o único que já está disponível em nosso país. O site da Amazon.com vende diretamente o aparelho para o Brasil cobrando as taxas de importação e entregando o aparelho na casa do consumidor em cerca de 3 dias. Depois de entregue o aparelho deve ser registrado em nossa conta da Amazon e passará a receber todas as nossas compras de e-books diretamente.

O download é feito através da rede de celular brasileira automaticamente: o Kindle conta com uma conexão 3G e é reconhecido como um celular americano em roaming pelas operadoras móveis. Não há pagamento dessa conexão, a Amazon embute este custo na venda dos e-books, o que não chega a encarecer muito o custo do envio. Em média cada livro custa US$ 9,99, mas existem alguns livors que podem ser recebidos por menos de US$ 2,00.

Outro atrativo do Kindle é a possibilidade de assinatura de jornais e revistas eletrônicos. No caso do Brasil existem 7 jornais disponíveis para assinatura, como o carioca O Globo. Essa assinatura é recebida automaticamente pelo Kindle todos os dias. Basta acordar e ligar o aparelho para ler o jornal. Apesar das versões eletrônicas de jornais e revistas para Kindle não contarem com muitas imagens ou anúncios a leitura é interessante pois prestamos mais atenção as notícias.
Um autor brasileiro interessado em publicar no Kindle pode acessar a página de Digital Text Plataform (https://dtp.amazon.com) da Amazon, onde ele poderá fazer uma inscrição como autor e editor. A página, ainda totalmente em inglês, informa como criar uma conta de editor, enviar um arquivo para transformação no padrão Kindle, dar preço e receber pelas vendas conseguidas. Desde janeiro a Amazon permite que autores e editores internacionais sem conta corrente nos Estados Unidos possam publicar livros em sua plataforma. Além disso alguns serviços nacionais, como o www.kindlebook.com.br, oferecem uma intermediação para esse tipo de publicação. Ainda assim existem menos de 400 títulos em português na Kindle Store, sendo que um dos destaques é o autor Paulo Coelho, que publicou sua coleção completa sem ajuda de editores.


Acima o Kindle Reader e o iPad com iBook Store

Já o caso da iBook Store da Apple é diferente. Lançado conjuntamente com o iPad, tablet portátil da Apple, a iBook Store começou já contando com livros de grandes editoras internacionais e acordos de grandes dimensões. No Brasil ainda não há confirmação do início da venda do iPad mas a iBook Store já está disponível com livros em inglês. A partir do dia 21 de junho o IOS 4, sistema operacional para iPhones, estará disponível internacionalmente, o que possibilitará a qualquer proprietário brasileiro de iPhones (o celular da Apple) comprar e ler livros através da iBook Store.
Os editores nacionais estão se movimentando para acessar essas novas plataformas, mas ainda não chegaram a ver viabilidade no negócio, pois o número de leitores digitais de e-books no Brasil é pequeno. A Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br) já conta com uma parte de seu site voltada para a venda de e-books em formato acrobat, para ser lido na tela do computador e alguns leitores de e-books. Outra iniciativa vem da Gato Sabido(www.gatosabido.com.br), uma loja de e-books que alia edições em formato Acrobat com a venda de um leitor digital próprio, o Cool-Er. Os próximos meses serão decisivos para entender a aceitação dos leitores digitais no Brasil mas o engajamento de editores, autores e leitores é fundamental para nossa entrada nesse novo suporte de leitura.


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Substituindo o CorelDraw pelo freeware Inkscape

Quantas vezes você já quis desenhar um convite, fazer um cartão de visita, criar um cartaz e descobriu que não sabia que programa usar? Quantas vezes você quis utilizar um software profissional de ilustração mas não pode comprar a caríssima licença de utilização.
Já que utilizar software pirata não é legal nem recomendável você pode ficar com um grande dilema nas mãos. A comunidade de software livre resolveu a muito tempo atacar esse dilema oferecendo software gratuito com funcionalidades avançadas. Esse é o caso doInkscape. Esse software é um editor gráfico vetorial com capacidades similares ao AdobeIllustrator e ao CorelDraw, utilizando o padrão SVG (Scalable Vector Graphics) como formato de arquivo.

Imagem da interface do Inkscape

Acima imagem da interface do Inkscape
O Inkscape dá suporte a todas as capacidades avançadas de edição ligadas a esse padrão de arquivo e seus planejadores tomaram muito cuidado ao projetar sua interface: procuraram criar um ambiente onde fosse muito fácil editar objetos, desenhar a mão livre, e inserir textos artísticos. O software é mantido por uma grande comunidade de desenvolvedores que trabalha gratuitamente, garantindo constantes atualizações e resoluções de problemas.
Na realidade a interface do InkScape é muito parecida com a do CorelDraw original, sendo que os mais saudosistas ficarão muito a vontade.
Criar banners, folders, cartões e outros materiais com dimensões definidas é muito fácil, basta personalizar o tamanho do papel e, respeitando margens de impressão, configurar a arte em seu interior.
Não existem muitos efeitos pré formatados mas com um pouco de criatividade é possível construir layouts profissionais a partir de elementos como espirais, objetos geométricos (como círculos e estrelas), e mesmo canetas com ponta caligráfica ou pincel. O software consome poucos recursos é funciona bem mesmo em computadores antigos ou com configuração restrita.
O Inkscape pode ser instalado em Windows (XP, Vista e 7), Linux e Mac Os X (utilizando a interface X11) e está traduzido para várias línguas incluindo o Português do Brasil. O instalador é universal mas basta modificar a preferência de interface do programa para a linguagem desejada que ela será traduzida. Baixe o programa no site oficial do inkscape no Brasil (http://br.gnome.org/InkscapeBrasil/), ele pode ser uma ótima opção de trabalho.

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