segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Eletronic Ink (E-ink) e o futuro do setor gráfico

Menos de um mês atrás a Amazon.com anunciou que o Kindle, seu famoso aparelho para leitura de livros digitais, estaria disponível para venda em mais de 100 países do mundo, incluindo o Brasil.


Desde então a blogosfera tem comentado mais ainda as possibilidades desse novo tipo de aparelho, que nos Estados unidos já se tornou o “ganha pão” da Amazon, sendo atualmente o carro chefe em faturamento da empresa.


O Kindle é um aparelho do tamanho aproximado de um livro que conta com uma tela conhecida como E-Ink ( ou tinta eletrônica) produzida pela E Ink Corporation. Na realidade essa tela é formada por microscópicas esferas que contam com um dos lados “pintados” de preto e o outro na cor branca. A polarização dessas esferas produz até 256 gradações de cinza e uma altíssima resolução de imagem. A tela não é iluminada. O E-ink é mais fácil de ser lido à luz do dia ou em alta claridade, tal como um livro ou revista. Como o sistema só usa energia no momento em que é preciso “imprimir” uma página, o sistema é extremamente eficiente, possibilitando o uso de baterias mais leves e mais autonomia de leitura.


O Kindle também conta com o recebimento de livros, jornais e revistas eletrônicos através de uma rede 3g própria chamada Whispernet. No Brasil o Kindle International Edition aparece como um aparelho americano em roaming para as redes de celular local, sendo que a Amazon paga parte dessa conexão através de um contrato com a AT&T mobile. O usuário paga cerca de U$2,00 a mais por livro baixado neste sistema.


Dessa forma o kindle pode ser utilizado em todas as regiões do Brasil que apresentem cobertura GSM (Edge) ou 3G. Bem, muitas pessoas tem dito que essa é apenas uma nova moda, que o livro impresso nunca ficará obsoleto e que a industria gráfica não precisa se preocupar com isso.


Qual poderá ser então o futuro do E-ink na industria gráfica e de impressão digital. Sim, essa é uma ideia interessante, como o setor poderia se aproveitar dessa nova tecnologia?


Partindo do princípio que as primeiras telas de e-ink coloridas estão sendo prometidas para 2011 podemos fazer algumas especulações:



Sobre o mercado editorial: é o primeiro ramo em que pensamos. Com o Kindle a própria Amazon.com apresenta um novo sistema de vendas muito interessante tanto para editores, autores e leitores. A distribuição é eletrônica, não tem custos operacionais e de produção gráfica. Os preços praticados pela Amazon mostram que o ebook sai por cerca de metade do preço de seu similar impresso e produz cerca do dobro, ou mais, de lucro financeiro. Algumas editoras brasileiras já estão em conversas com a Amazon para disponibilizar mais livros nacionais em seu acervo. Pensando bem, com essa lógica econômica, o fenômeno não parece ter volta.


Sobre o mercado de Comunicação Visual e Impressão digital: o que você acharia de algo parecido com uma lona vinílica que recebe comandos de seu computador para apresentar, como numa tela, imagens que parecem impressas com tinta? Talvez esse futuro ainda esteja distante e talvez não seja possível utilizar um computador doméstico para “imprimir” essas imagens em tal “tela” mas a possibilidade existe e já está sendo pesquisada. Nesse caso o mercado de Comunicação Visual e Impressão digital poderia migrar para serviços onde o E-Ink seria a mídia e as empresas seriam os gerenciadores dessa mídia. Do ponto de vista da sustentabilidade a lógica é perfeita. No entanto é preciso alertar que, enquanto a impressão digital for uma coisa econômicamente viável, sempre existirá clientes para esse mercado. Mas se o preço de um “banner digital” (com e-ink) for baixo, adeus mercado...


Sobre o mercado gráfico e de gráficas rápidas: o que você acharia melhor, entregar um cartão de visita impresso convencional ou entregar um cartão com as mesmas características de suporte (toque, textura) mas que pudesse apresentar uma mensagem única e especial para a pessoa que o está recebendo. Talvez você pudesse fazer essa modificação rapidamente, ali mesmo, através de seu celular...

A questão aqui é tentar entender quem vai gerenciar a impressão das imagens nos suportes de e-ink. Se for alguma coisa que possa ser feita facilmente, de modo doméstico, mas com qualidade profissional, o mercado gráfico estará morto. No entanto, hoje em dia, os clientes procuram gráficas convencionais e gráficas rápidas quando precisam da qualidade e do preço que uma impressora jato de tinta doméstica não propicia. É aí que está o cerne da questão.

Se está lógica se mantiver o setor existirá por muito tempo ainda.


Sobre o mercado de design: pode ser que seja o maior beneficiado pela introdução do E-ink. O designer poderia se tornar aquele que gerencia o contéudo criado na própria mídia impressa. Um escritório de design poderia trabalhar com idéias que facilmente migrariam de um suporte a outro. O trabalho seria muito parecido com o que ocorre atualmente no caso do design de sites. Nesse tipo de trabalho o designer normalmente projeta o site (solitariamente ou em equipe) e apresenta o trabalho para o cliente já instalado em um servidor. Já não é tão comum que clientes procurem outras empresas apenas para “publicar” seus sites. Eu mesmo trabalho assim.


A única questão é a da necessidade de investimento em equipamentos e estoque de média E-ink. Se está for uma equação de alto custo o trabalho do designer vai continuar do jeito que está.


Talvez nada disso aconteça e continuemos utilizando o papel como suporte cultural por muito tempo ainda. O papel e a impressão sobre papel são tecnologias muito eficientes e que precisariam de um concorrente a altura para serem desbancados. Esse é o mesmo caso da roda (que ninguém teve a coragem de dizer que já está obsoleta) ou do fósforo (preço, portabilidade e segurança mesmo em dias de perseguição ao tabagismo).


Talvez...


Mas que a tecnologia do E-ink já está aí não podemos negar.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Em pânico na gráfica rápida: o que são todos esses nomes?

Você que não é profissional da área gráfica já deve ter se deparado com nomes e termos desconhecidos quando necessitou encomendar algum serviço típico da área de design e comunicação visual, como, por exemplo, um banner, uma impressão de texto ou uma impressão fotográfica.
Na InterD Comunicação Visual notamos essas dificuldades diariamente, ainda mais pelo fato de tentarmos atender o cliente leigo com o mesmo interesse com que atendemos o cliente profissional. Muitas vezes nossa atitude é mal compreendida pelo cliente, mas são os ossos do ofício.
As maiores dificuldades encontradas foram as seguintes:

- Entrega de arquivos em formato Doc (Word) e PowerPoint (PPS): a grande dificuldade com esse tipo de arquivo é que eles são facilmente desconfiguráveis, trabalham com imagens no padrão RGB e não permitem ampliações de imagem com qualidade. É muito comum que um cliente traga um banner produzido em PowerPoint para que façamos uma ampliação em lona solvente mas isso não é o mesmo que pedir para uma impressora doméstica adaptar a imagem ao papel. Uma operação desse tipo demanda a transformação do arquivo em imagem (jpg), sua interpolação e a conseqüente perda de qualidade. Na prática o cliente vai reclamar que a impressão ficou ruim, mas é a forma com que ele concebeu o banner que está errada. Moral da história: recomendamos que o cliente utilize apenas softwares vetoriais, como o CorelDraw, para o design do seu material. Nestes softwares ele terá a opção de escalar seu trabalho da maneira que quiser e gravar arquivos em PDF com máxima qualidade.

- Entrega de arquivos vetoriais sem fontes ou com fontes não transformadas em curvas: Mesmo alguns designers e profissionais da área gráfica esquecem-se de incluir em seus arquivos as fontes das letras utilizadas no trabalho, ou melhor ainda, a sua conversão em curvas. Essa conversão garante que o texto utilizado seja entendido pelo computador como linhas de um desenho, possibilitando a impressão do trabalho de maneira fiel ao original mesmo que não tenhamos essas fontes instalada em nossos computadores. Esse é um problema grave. Muitas vezes ouvimos dos clientes: "Mas como vocês não tem essa fonte?". É impossível para qualquer empresa da área gráfica manter todas as fontes de letras existentes instalada sem seus computadores, ainda mais que a compra de fontes geralmente tem um alto custo que dificilmente o cliente aceitaria que fosse repassado. Para que não haja problemas com seus arquivos sempre transforme-os em curvas.

- Arquivos com resolução de imagem insuficiente: muitas vezes uma imagem que nos parece perfeitamente normal na tela do computador é impressa sem qualidade ou definição. Isso acontece porquê as resoluções típicas para impressão e para telas são diferentes. Uma tela de LCD chega a uma resolução fixa de 72 ou 96 DPIs (dots per inch, ou pontos por polegada). Na prática significa dizer que cada polegada quadrada de uma tela de computador exibe um máximo de 72 pontos de cor (ou informação). Podemos dizer que uma imagem impressa precisa de no mínimo 300Dpis para ter o que chamamos de qualidade fotográfica. Na prática uma imagem para impressão não precisa ter mais resolução do que 300 Dpis mas é necessário que ela tenha as dimensões compatíveis com as dimensões desejadas na impressão. Isso significa dizer que se temos uma foto digital de 10x15cm com 300Dpis fica difícil ampliar essa imagem para 20x30cm. Numa aproximação podemos dizer que a imagem ficaria maior, mas apresentaria apenas 150Dpis de resolução (a metade do original) e perderia qualidade. É por isso que a quantidade de megapixels em uma câmera digital é um fator importante: quando maior a resolução da câmera maior a possibilidade de ampliação da imagem. Para quem deseja grandes ampliações este é um fator importante.

Como este é um assunto que não se esgota continuaremos a discutir este tema em outras oportunidades. Aguarde.

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O que faz do iPhone algo tão famoso?

Você já deve ter ouvido falar do iPhone (pronuncia-se "aifone"), o aparelho celular da Apple que vem revolucionando o modo como entendemos a mobilidade digital.
A Apple já é conhecida no mundo da computação por produzir computadores muito sofisticados e um sistema operacional extremamente amigável e estável. Também é conhecida por ter inventado o iPod, o MP3 player favorito no mundo todo.
O iPhone é um esforço da empresa para redefinir o mercado de telefones celulares criando uma interface gráfica totalmente revolucionária em um aparelho que combina telefonia, internet, iPod, câmera e estilo.
Com a AppStore, loja on-line embutida no iTunes (software da Apple para organização de músicas e vídeos) podemos encontrar literalmente milhares de programas de todos os tipos para usarmos no iPhone, muitos deles gratuitos.
Dentre os tipos de programa encontrados na iTunes Store podemos elencar os jogos, os utilitários on-line (como o que apresenta notícias do Estado de São Paulo ou do New York Times), os editores de texto (que utilizam um teclado QWRTY virtual) e os softwares para artes.
Sim, o iPhone está se estabelecendo como uma plataforma para programas gráficos de desenho e pintura naturais, tais como o Corel Painter na computação convencional. Utilizando o dedo como pincel ou lápis sobre a superfície da tela do aparelho podemos formar imagens bastante sofisticadas. Em alguns programas, caso do Layers for iPhone, podemos exportar as imagens em formato Photoshop sem problemas, permitindo a manipulação em computador convencional e mesmo a impressão da imagem. Outro programa importante nessa área é o SketchBook, da Autodesk, empresa desenvolvera do famoso AutoCad. O SketchBook oferece funcionalidades semelhantes ao Layers for iPhone. No entanto, apesar de sua interface sofisticada, não permite certos tipos de exportação de imagem.
Outro tipo de software interessante para a área gráfica que pode ser encontrado para uso no iPhone é o myPantone. O programa, desenvolvido pela Coralis, oferece as funcionalidades das tabelas de cor Pantone convencionais na comodidade do iPhone. Além de permitir a consulta a 9 tipos diferentes de escala Pantone oferece um sistema de identificação de cores através da câmera fotográfica embutida no aparelho. Podemos fotografar um produto, um ambiente ou um tecido e instantaneamente o software analisa as cores e nos diz, dentro das tabelas Pantone, quais os tons presentes na imagem. Mesmo com as dificuldades de reprodução de cor típicos das telas LCD o myPantone é um ótimo software para designers, estilistas e decoradores que precisam estudar as cores que serão usadas em seus projetos ou para a área de produção gráfica, quando é necessário fazer uma analise rápida de cor para algum cliente.
Não será surpresa se a plataforma iPhone se estabelecer definitivamente como a maneira de encarar a mobilidade digital no século XXI.

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Qual é a melhor resolução para impressão de banners?

Escolher uma empresa para a confecção de banners não é uma tarefa fácil. Os preços muitas vezes parecem serem oferecidos de maneira aleatória e, numa tentativa de racionalização, o consumidor começa a tentar equiparar as condições técnicas de impressão do material. Neste momento podemos correr o risco de ficarmos totalmente perdidos, ou então acabar pagando por um preço incompatível com a qualidade ou a destinação a que o banner foi pensado.
Várias são as variáveis envolvidas e vamos tentar falar um pouco sobre alguns desses fatores:

- Resolução: as impressoras do tipo solvente são atualmente apresentadas com cabeças de impressão com várias resoluções. Encontram-se normalmente entre 360 e 1440 DPIs (dot per inch, ou pontos por polegadas). Existem várias marcas e tecnologias para cabeças de impressão e muitas vezes o fabricante de uma impressora compartilha a mesma tecnologia de impressão com outras empresas. Outro detalhe importante é que muitas vezes acreditamos que nossas impressões serão feitas com a maior resolução disponível, quando na maior parte das vezes isso não é necessário.

- Tipo de mídia: apesar do senso comum dizer o contrário, impressoras do tipo solvente tem grande variação de qualidade de impressão conforme o tipo de mídia utilizada. No geral lonas vinílicas do tipo coated são mais indicadas, pois mesmo impressoras de menor resolução apresentam uma melhor qualidade de imagem. As lonas calandradas de baixa qualidade podem ter uma reprodução de cor de baixo ganho, apresentando pontos brancos e poros mesmo em altas resoluções. As imagens acabam ficando esmaecidas ou com aspecto desbotado.
Segundo Luis Perez, gerente da Inter D Comunicação Visual, "não se justifica um investimento em equipamentos de impressão solvente mais caros se você vai usar mídias de baixa qualidade, é um contra-senso".

- Tipo de arquivo fonte: atualmente é consenso que arquivos do tipo Acrobat (PDF) possibilitam melhor qualidade de impressão e menos erros. Essa situação seria a ideal não fosse o fato de que muitos clientes não sabem produzir corretamente um arquivo PDF para pré-impressão, causando muitos problemas e as vezes obrigando o bureau a transformar o arquivo em JPG na tentativa de resolver o problema. É comum o desaparecimento de fontes, a não impressão de camadas em bitmap ou a impressão de objetos ocultos no arquivo do cliente. Outro problema é a gravação de arquivos PDFs gigantescos para trabalhos que não necessitam de tanta informação, dificultando o envio e a ripagem do trabalho.

Usar apenas as características de resolução de impressão na tecnologia solvente para basear escolhas de trabalho não é suficiente. Precisamos estar atentos a todos os fatores para chegar a uma boa relação custo x qualidade.

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

PhotoImage Brazil 2009

De 11 a 13 de agosto aconteceu a 17ª Feira PhotoImage Brazil 2009, voltada para o setor de imagem, fotografia e impressão fotográfica. A interD esteve no Centro de Exposições Imigrantes em São Paulo para conferir as novidades e lançamentos da área.

Um dos destaques da feira foi a importância dada ao foto livro como produto da área fotográfica. A crescente diminuição de procura por serviços de impressão fotográfica por parte do público em geral, fruto da popularização das cameras digitais, fez o mercado fotográfico procurar a oferta de alternativas para motivar as pessoas a imprimir suas imagens novamente. Várias eram as opções em tecnologia de impressão, acabamento e montagem de foto livros. Dentre as tecnologias de impressão se destacam a laser digital com qualidade offset, a jato de tinta fine art e a tecnologia térmica. Cada uma dessas tecnologias tem seus prós e contras sendo que as grandes empresas como a Fuji e a Kodak estão direcionando seus esforços para a tecnologia ink jet, através dos chamados "dry minilabs". Na InterD além da tradicional impressão laser digital já é utilizada a tecnologia ink jet na produção de foto livros com impressão frente e verso, uma escolha que tem se mostrado muito viável, com grande aceitação pelo público. Essa tecnologia tem a vantagem da grande durabilidade obtida através de pigmentos tradicionais. Um foto livro impresso com os devidos cuidados pode durar gerações.

Quanto ao acabamento muitas empresas apresentaram fotolivros tradicionais no segmento luxo, para casamentos e festas, bem como as brochuras e foto revistas. Vale destacar os equipamentos para colagem instantânea de capas que possibilitam a produção rápida de pequenos volumes de foto livros. No entanto o acabamento neste sistema pode ficar um pouco aquém do que o consumidor consideraria aceitável e o preço ainda é alto. A rapidez proporcionada pelas capas de colagem térmica não parece ser o suficiente para justificar seu custo.

Ao contrário do ano anterior o seguimento de impressão fine art não teve muito destaque. Poucas máquinas novas foram apresentadas e poucas empresas trouxeram mídias para este mercado. Ficou claro que o consumidor e o público profissional brasileiro ainda tem dificuldades em entender o conceito da impressão fine art. Apesar da relativa popularização da idéia de fotografia como obra de arte e investimento no Brasil, não existe um mercado que dê suporte aos altos custos inerentes a este tipo de impressão no país. Ainda assim a InterD continua trabalhando no intuito de divulgar a área de fine art oferecendo serviços de qualidade a preços competitivos.

O lançamento de equipamentos fotográficos teve como destaque o aperfeiçoamento das Digitais Reflex já disponíveis no mercado, com o aprimoramento dos sensores e softwares de controle, e a tendência de uso de um design retrô na produção de cameras compactas. Algumas dessas cameras chegam ao requinte de apresentar visores analógicos de contagem de "fotogramas" e o uso de materiais e cores que lembram o design dos equipamentos fotográficos dos anos de 1950 a 1960. Estas cameras, criadas para atrair o consumidor ligado ao movimento lomográfico (veja matéria abaixo), tem o charme do passado e a alta tecnologia do presente.

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As possibilidades da Lomografia Digital

A lomografia é uma corrente mantida por entusiastas da fotografia convencional obtida com equipamentos mecânicos simples como os da linha Lomo, cameras fabricadas inicialmente no leste europeu. Atualmente o universo da lomografia se expandiu muito. "No meu caso" diz Ricardo Hage "como não tenho paciência com o processo químico utilizo um software no iPhone que aplica efeitos muito parecidos aos obtidos por cameras lomo nas imagens do próprio celular". O artista mantém um diário móvel com suas "lomografias digitais" fotografando, tratando e enviando as imagens para a internet através do próprio iPhone. (veja em www.ricardohage.com).

Veja abaixo alguns exemplos de imagens digitais já tratadas como se fossem obtidas em cameras convencionais:








O artista inicia agora a fase de impressão de suas imagens utilizando os serviços de Fine Art da InterD. Num primeiro momento os testes serão feitos em papéis artísticos (linha Hahnemhulle e Canson), fotográficos (HP) e canvas (Hahnemhulle).
Apesar da baixa resolução inicial das fotografias obtidas com o iPhone (2Mpx) este tipo de imagem pode ser impresso em dimensões maiores através de alguns cuidados específicos. O aumento das dimensões por interpolação utilizando softwares como o Adobe Photoshop pode até mesmo adicionar alguma qualidade dependendo das características da imagem.
Ricardo Hage pretende em breve apresentar os resultados de sua pesquisa.

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E como andam os banners: a impressão com tintas base solvente

Apesar da recente implementação da Lei Cidade Limpa na cidade de São Paulo o mercado de impressão a base de solvente continua muito forte. A queda da demanda pela impressão de outdoors e material externo de sinalização em São Paulo foi compensada pela manutenção dos mercados no resto do país e por novas alternativas para o uso deste tipo de impressão.

Os plotters à base de solvente tem como característica a produção de imagens com qualidade fotográfica razoável, mas que não se equipara as impressões feitas por plotters fine art. Seu foco está na produção de imagens de baixo custo, impressão em grandes quantidades com boa durabilidade quando expostas a intempéries. A durabilidade de cor (lightfastness) é pequena: tintas solventes convencionais podem garantir a manutenção de cor por cerca de três anos enquanto as tintas ecosolventes podem durar cerca de seis meses. Quando a impressão é feita em mídias de maior qualidade esta durabilidade pode se estender um pouco mais. Apesar da aparente fragilidade desta tecnologia a impressão com tinta à base de solvente está perfeitamente adaptada ao mercado para a qual está voltada. Sua maior utilização está na produção de banners promocionais, material para ponto de venda, adesivos para sinalização, adesivos decorativos e material para outdoors, produtos muitas vezes pensados para serem descartados tão logo eventos e campanhas de marketing terminem.

Do ponto de vista da idéia de sustentabilidade ambiental o calcanhar de Aquiles da tecnologia fica claro: como descartar ou reciclar banners usados e as sobras das tintas?

"Na InterD estamos iniciando um programa de testes para a utilização de material reciclado na impressão à base de solvente", diz o gerente de vendas Luis Perez. Segundo ele o primeiro produto a ser utilizado será a impressão em lonas produzidas com a reciclagem de garrafas PET. Num segundo momento estão nos planos da empresa a reciclagem de lonas convencionais já impressas.

O cuidado com o meio ambiente e o uso responsável deste tipo de impressão pode fazer com que venhamos a nos servir dela por muitos anos ainda.

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